7.5.11

Professor da UnB rumo às Paraolimpíadas de Londres

Equipe de vela capitaneada por Antônio Nuno Rosa ficou em primeiro lugar em seletiva nacional e agora sonha com vaga nos jogos de 2012

A rotina de aulas e pesquisas de Antônio Nuno Rosa está cada vez mais dividida com os preparativos para alcançar um sonho pessoal: disputar as provas de vela nos Jogos Paraolímpicos de Londres. Velejador há mais de 20 anos, o professor do Instituto de Geociências sagrou-se campeão na Classe Sonar da seletiva nacional que classifica para provas eliminatórias da maior competição do planeta. A vaga para os jogos pode ser assegurada nos próximos meses, agora já na Inglaterra. 

O título que garantiu a disputa por um lugar na Paraolimpíada foi conquistado há dez dias, em Porto Alegre. O barco controlado por Nuno e pelos paulistanos Ricardo Messias e Reinaldo dos Santos chegou à frente de outras cinco equipes. Todos os velejadores possuem limitações físicas. O professor da UnB não teve a correta formação da perna esquerda em decorrência de poliomielite na infância. Ricardo não tem o antebraço esquerdo e Reinaldo faz movimentos apenas com a parte superior do tronco.

Para disputar os jogos paraolímpicos, a equipe terá de chegar em até sexto lugar entre as 14 que disputam o torneio mundial da cidade inglesa de Weymouth, a partir de junho. “Estou muito confiante e esperançoso de que vamos conseguir uma das vagas. Estamos preparados”, afirma Nuno. Ele é capitão e trimmer – responsável por regular as velas por meio de uma catraca – do barco.

As embarcações da Classe Sonar têm 23 pés (cerca de sete metros) de comprimento. Com vento forte, os equipamentos podem chegar a 13 quilômetros por hora. A expectativa para a competição que garante vaga em Londres é de correntes de vento intensas e geladas. “Sei que teremos de velejar em águas frias como as que já enfrentei na Holanda. Precisaremos de roupas especiais”, explica o velejador.

Mudança de categoria – Esta não é a primeira tentativa do professor de disputar os Jogos Paraolímpicos. No ano passado, ele participou de seletiva em uma classe de barcos menores: a categoria 2.4 metros. A mudança e o renascimento do sonho vieram com o convite do técnico da federação paulista de vela. “O Victor Hugo me chamou e aceitei o desafio. Foi ótimo porque já vencemos o campeonato regional e a seletiva nacional”.

Além do apoio do técnico, um nome de peso do esporte brasileiro tem incentivado o atleta da UnB. O duas vezes medalhista olímpico e campeão mundial Lars Grael mostra-se disposto a auxiliar. “O Lars tem mantido contado e já se colocou a disposição para ajudar no que for possível. Ele sempre nos estimula dizendo que vamos conseguir”, garante Nuno. 

Despesas – O Comitê Paraolímpico Brasileiro arcará com a maior parte dos gastos previstos no campeonato pré-olímpico. Ainda assim, os velejadores terão de desembolsar se quiserem aprimorar os equipamentos. Nuno afirma ser necessária a compra de pelo menos dois conjuntos de velas. Cada um deles custa aproximadamente R$ 6 mil. Os atletas não têm patrocínio.

Ano passado, a UnB apoiou o professor atleta com diárias e passagens aéreas. “É sempre muito importante receber auxílio institucional. Espero que a prática continue e que outros atletas da universidade sejam beneficiados”. A convocação de Nuno Rosa pela Confederação de Vela Brasileira Adaptada já foi informada por carta oficial ao Departamento de Geologia. O velejador e sua equipe pretendem manter treinos regulares em todos os fins de semana que antecedem a última prova para a meta olímpica.

* Fonte: UnB Agência (acessado em 06/05/2011)

Um comentário:

  1. É sempre bom ver que no brasil ainda temos pessoas que superam as dificuldades físicas e chegam a alcaçar patamares tão altos. Certamente se eles tivessem patrocínio a vida esportiva seria mais facil.

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