As expectativas em torno dos grandes eventos esportivos a serem realizados no Brasil nos próximos seis anos – Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 – montam um terreno favorável ao desenvolvimento do esporte em todo o país. E a nova diretoria da Faculdade de Educação Física (FEF) da Universidade de Brasília, empossada nesta segunda-feira, 1º de fevereiro, quer pegar carona nessa onda de investimentos para concretizar planos nos próximos quatro anos. Em entrevista à UnB Agência, o diretor e especialista em Psicologia do Esporte e da Atividade Física, Alexandre Rezende (foto), falou sobre os desafios do projeto que ele e a vice, Ana Cristina de David, pretendem implantar na faculdade. Entre eles, a reforma do Centro Olímpico (CO), a redução do tempo do curso de graduação de quatro para três anos e a oferta das disciplinas Práticas Desportivas (PDs) nos campi de Ceilândia, Planaltina e Gama.
UnB Agência: Em que consiste o projeto que o senhor quer implantar na FEF nos próximos anos? - Estamos vivenciando um momento muito bom para o esporte no Brasil, por causa das expectativas em torno da Copa e das Olimpíadas. É a hora da FEF aproveitar a situação. Na linha de pesquisa, nosso foco será ampliar e melhorar os cursos de pós-graduação, afinal temos 95% dos professores doutores. Na graduação devemos implantar o novo currículo conforme diretrizes do Ministério da Educação, que tem como uma das principais mudanças a redução do tempo de curso para três anos. Ainda sobre o currículo, queremos estimular a formação pedagógica de nossos alunos aliando teoria e prática desde o início. Não basta ensinar, temos que ensinar a ensinar. Outros desafios são expandir nossas disciplinas práticas para os outros três campi, projeto que estamos debatendo com o Decanato de Graduação (DEG), e fazer a tão esperada reforma do CO. Temos vários projetos e prioridades em mente, mas tudo será elaborado em conjunto com a comunidade, que nos deu esse voto de confiança. Seguindo a linha da administração superior, queremos ter os estudantes como peça central nessa gestão.
Agência UnB: E como captar verba para implantar tantos projetos? - Nossa primeira ação será definir quais projetos vamos inscrever no edital da Lei de Incentivo ao Esporte 2010 – programa do governo federal que vai subsidiar iniciativas na área por meio da isenção de impostos para investidores. Temos direito a apresentar seis propostas e vamos dar início a reuniões para elaborá-las em conjunto com alunos e professores. Podemos adiantar algumas sugestões emergenciais como, por exemplo, a revitalização do Parque Aquático, desativado há anos, a construção de um outro ginásio e a cobertura e iluminação das nossas quadras. Também gostaríamos de aproveitar a proximidade com o Lago Paranoá para investir nos esportes náuticos, como o remo e a canoagem. Outra idéia é transformar a área do CO em um parque ecológico, aberto à comunidade. São muitas idéias. Mas, além de brigar por essa verba junto ao Ministério dos Esportes, também contamos com o apoio da administração da universidade para captação de recursos internos. Temos muito trabalho pela frente e estamos conscientes do tamanho de nossa responsabilidade.
UnB Agência: Como o senhor pretende tocar a reforma do Centro Olímpico? - Em 2014, Brasília será uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol. Um dos nossos objetivos é mostrar para o governo que o CO pode, sim, ser uma estrutura de apoio para, por exemplo, abrigar uma seleção durante o evento. Mas para isso, precisamos de investimentos. A reforma do CO é uma de nossas prioridades, pois sabemos do papel que ele pode exercer não só pára UnB, mas para toda cidade, como um pólo para o treinamento e a formação humana de nossos atletas. Atualmente, aguardamos a liberação de R$ 600 mil de uma emenda do deputado federal Rodrigo Rollemberg para a revitalização das piscinas. O dinheiro, que já consta na Lei Orçamentária Anual (LOA) do DF, vai ser um importante passo na recuperação de nossas estruturas.
* Fonte: UnB Agência (acessado em 04/02/2010)
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